-AA+
Esta Olimpíada foi especial para a Bahia. O pugilista Robson Conceição se tornou o primeiro baiano da história a obter uma medalha de ouro em modalidade individual. Já o canoísta Isaquias Queiroz, o primeiro a obter duas medalhas em uma mesma edição.
Nesta sexta-feira, 19, é hora de um recorde coletivo. Às 13h, em São Paulo, a seleção brasileira de futebol feminino disputa a medalha de bronze contra o Canadá. Se vencer, consagrará como medalhistas um trio de baianas: a zagueira Rafaelle, a lateral Fabiana e a meia Formiga. Estas duas últimas, vale lembrar, já haviam obtido medalha. Formiga foi prata em 2004 e 2008. Fabiana, em 2008.
As três poderão não apenas bater, mas dobrar o recorde da Bahia de três atletas medalhistas em uma Olimpíada. A marca foi obtida em 1996 (Dida, Aldair e Bebeto no futebol) e em 2004 (Ricardo, no vôlei de praia, e Formiga e Elaine, no futebol). Na Rio-2016, além de Robson e Isaquias, o estado já tem Wallace confirmado como medalhista. Ele é titular da seleção de futebol masculino que, no sábado, 20, disputa a final contra a Alemanha.
Para esta sexta, Fabiana é duvida por ainda sentir a lesão no tornozelo que sofreu nas quartas de final contra a Austrália. Já Rafaelle e Formiga estão confirmadas como titular.
A meia comenta: "é importante que essa marca venha com o sucesso de três baianas no futebol feminino. Ficaremos muito felizes em deixar exemplos positivos. Será bom para que se olhe mais para o futebol feminino da Bahia. Tem muitas garotas lá com grande potencial, só precisam de apoio. Se eu, Fabiana e Rafaelle chegamos até aqui, há muitas outras que também podem".
Dia especial
Formiga, por sinal, fará deste um dia para a eternidade. Será sua última partida em Olimpíadas. Ela se despedirá da camisa verde e amarela em dezembro. Deixará a seleção para se tornar uma lenda.
A baiana detém o recorde de partidas pela seleção brasileira de futebol (contando masculina e feminina). Entre os homens, o recordista é Cafu, com 149 jogos feitos de 1991 a 2006. Formiga contabiliza 155 de 1995 a 2016.
Na Rio-2016, Formiga alcançou sua sexta Olimpíada. É o recorde brasileiro ao lado do velejador Robert Scheidt (que disputou as Olimpíadas de Formiga, de 1996 a 2016) e do cavaleiro Rodrigo Pessoa (que disputou de 1992 a 2012).
"Nossa! Nunca imaginei que pudesse chegar a tanto. Fico feliz, pois o que a gente quer é trazer visibilidade para o futebol feminino. E quanto mais eu puder ajudar, melhor", disse.
Para Formiga, porém, nem tudo está perfeito. Há três dias, quando perdeu a semifinal para a Suécia na disputa de pênaltis, ela não segurou as lágrimas do alto de seus 38 anos. "É a última Olimpíada minha e de outras meninas aqui. Seria muito importante termos fechado este ciclo com a medalha de ouro. Mas, não vou me abater. Vou buscar essa medalha de bronze. Depois, continuarei no futebol de alguma forma. Talvez como treinadora, ou dando palestras. Nunca vou deixar de batalhar pelo futebol feminino".